22 de dez. de 2007

Melhores do ano - Parte 2

Eu ia fazer um post todo bonitinho, com fotinhos dos cds, detalhes do lançamento e tal, mas se fosse insistir nessa idéia, provavelmente eu nunca iria atualizar isso aqui.

Segue a segunda parte dos melhores do ano, dessa vez somente com cds que sairam no ano de 2007:


The Return Of Mother Head's Family Reunion
Richie Kotzen - The Return of Mother Head's Family Reunion/Go Faster

A proposta do Kotzen nesse cd era fazer composições mais voltadas pro hard rock, assim como foi o clássico Mother Head's Family Reunion. Bom, eu não posso falar muito porque considero todos os cds do cara excelentes, com excessão de uma ou outra música. Enfim, um disco muito bom, com elementos hard rock, blues, fusion etc, coisa já comum pra quem conhece o trabalho do cara. Destaque pras faixas Fooled Again, Faith e Dust.

Somewhere In The Between
Streetlight Manifesto - Somewhere In The Between

Terceiro cd dessa banda de ska, e segundo de inéditas (depois da palhaçada que foi a regravação do clássico Keasbey Nights). O que mais me atrai nessa banda é que apesar de ser ska, ela tem muito peso, e as letras são bastante inteligentes, algo que por si só conta muitos pontos. Enfim, não chega a ser tão bom quanto a estréia Everything Goes Numb, mas mesmo assim se provou um lançamento excelente. Destaque para The Blonde Lead The Blind, Somewhere In The Between e Would You Be Impressed.

Into The Wild
Eddie Vedder - Into The Wild

Primeiro trabalho solo de Eddie Vedder, foi criado como trilha sonora do filme do mesmo nome. Eu gostei principalmente porque... bem, eu acho a voz do cara muito boa, e sou alvo fácil pra lançamentos acústicos, eu confesso. Quem procura algo semelhante ao que o cara faz no Pearl Jam, passe longe. É um trabalho bem mais intimista, em que o destaque é todo pra voz e a interpretação das letras. Destaque para Hard Sun, Society e Setting Fourth.

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Engenheiros do Hawaii - Novos Horizontes - Acústico

O que tinha tudo pra ser somente um acústico MTV Volume 2 superou minhas expectativas. A adição de músicas inéditas misturadas com antigas mais lado-b rendeu muito bem. O maior problema do cd é justamente o Humberto Gessinger. Por que digo isso? Bom, porque ele inventou que sua filha Clara deveria cantar em duas das músicas do disco, e digamos que a garota não é lá das melhores cantoras. Destaques são Não Consigo Odiar Ninguém, No Meio de Tudo Você e Eu Que Não Amo Você.

Close as you get
Gary Moore - Close As You Get

Ok, admito que não conhecia o trabalho do Gary Moore, e que esse é provavelmente o cd que comecei a ouvir mais recentemente a entrar na lista, mas seria quase um crime não incluir isso aqui. Um disco ótimo de blues, com uma voz e uma guitarra marcantes. Não sei o que dizer, basicamente é um álbum excelentes, daqueles que se ouve do início ao fim sem pular nenhuma faixa e logo se quer repetir. Destaque pra ótima abertura If The Devil Made Whiskey, Thirty Days e a versão para Eyesight To The Blind.

Night falls over kortedala
Jens Lekman - Night Falls Over Kortedala

Jens Lekman é um cara que consegue provocar acima de tudo estranheza pelo tipo de música que faz. Parece que se está ouvindo algo bem antigo, algo estilo da década de 40 ou 50, um estilo meio ultra-romântico exagerado, ultrapassado. Mas o pior é que apesar de estranho, é algo realmente bom, que não causa repulsa. É claro, não é algo que se acostume na primeira vez que se escuta, mas insistindo dá pra ver que a coisa tem qualidade. Destaque para The Opposite Of Hallelujah, If I Could Cry (It Would Feel Like This) e Friday Night At The Drive-In Bing.

Blood on the highway
Ken Hensley - Blood On The Highway

O álbum mais autoral da lista, surgiu a partir do livro que Hensley escreveu sobre os anos que passou no Uriah Heep, sobre como conseguiu a fama e as dificuldades e surpresas que encontrou pela vida. O álbum conta a história da ascensão e queda de uma estrela do rock, e sua eventual volta triunfal aos palcos. Além do próprio Hensley, cantam no álbum Glenn Hughes, Jorn Lande, John Lawton e Eve Gallagher. Destaque para (This Is) Just The Beginning, Blood On The Highway e Okay (This House Is Down).

About what you know
Little Man Tate - About What You Know

Um dos primeiros lançamentos do ano, me decepcionou um pouco por não apresentar nenhuma grande novidade em relação às músicas já conhecidas antes do lançamento. Além disso, deixou de fora várias músicas de peso, como Hello Miss Lovely e The Agent. Destaques são House Party At Boothy's, Sexy In Latin e This Girl Isn't My Girlfriend.

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Mando Diao - Never Seen The Light Of Day

Já falei desse cd num post anterior bem recente, então não vou me repetir. Destaque para Gold, One Blood e Not a Perfect Day.

Life In Cartoon Motion
Mika - Life In Cartoon Motion

Mika é um cara estranho... as músicas são extremamente pops, ele canta de um jeito meio afetado, e algumas letras não fazem muito sentido. Mas apesar disso tudo, o cd do cara é algo viciante e bem legal. Se você estiver num dia triste, só ouvir Life In a Cartoon Motion que é quase garantido que vai se alegrar. Destaques são Love Today, Stuck In The Middle e Ring Ring.

Live
R.E.M. - Live

Primeiro CD ao vivo da banda depois de mais de 20 anos de vida, apresenta a maioria das músicas do último álbum de estúdio, o Around The Sun, e outros clássicos, como Losing My Religion, What's The Frequency, Kenneth e Man On The Moon. Além dessas, destaco Drive, I'm Gonna DJ e The Ascente Of Man.

Under The Blacklight
Rilo Kiley - Under The Blacklight

Quarto álbum de estúdio da banda, apresenta um indie pop bem legal, com letras e refrões que ficam presos na cabeça logo na primeira vez que se escuta o álbum. Destaque para Dreamworld, 15 e The Moneymaker.

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The National - Boxer

Cd mais recente dessa excelente banda, volta um pouco pra linha dos dois primeiros álbuns da banda, mas trazendo junto as letras mais desenvolvidas apresentadas em Alligattor. Destaque para Mistaken For Strangers, Apartment Story e Slow Show.


Resumidamente, esses são os melhores álbuns que escutei durante o ano. Podia mencionar coisas como o primeiro álbum do The Enemy ou o segundo cd do The Honorary Title, mas decidi incluir somente aqueles que resistiram a um bom tempo de audição e que consigo ouvir a qualquer hora sem enjoar na metade.

12 de dez. de 2007

Melhores do ano - Parte 1

Bom, pra fechar o ano, decidi colocar aqui no blog o que pra mim aconteceu de mais relevante em relação à música. Melhores CDs, melhores bandas, melhor show que eu fui ou assisti, etc. Enfim, o objetivo não é fazer um top 2007, já que muita coisa que vai entrar aqui saiu em anos anteriores mas só esse ano eu acabei descobrindo. Peço que levem em conta que é uma lista totalmente pessoal, e meu objetivo não é fazer a lista definitiva do que aconteceu de melhor.

Ok, começando pelos shows, que infelizmente foram poucos, mas excelentes.

3 - Tim Festival

Já fiz um post bastante detalhado sobre o que rolou e minhas impressões de cada show. Como dito anteriormente, fui com maior expectativa pra ver Artic Monkeys, mas quem surpreendeu mesmo foi o The Killers. Uma banda que funciona muito bem ao vivo e que sabe como manter o público interessado durante todo o show.

2 - Richie Kotzen & Eric Martin

Fiquei sabendo que ia rolar o show no Opera 1 através de um amigo de São Paulo que é grande fã de Mr. Big e do Eric Martin. Como eu gostava bastante do que conhecia de Mr. Big, decidi ir ao show, e pra me acostumar consegui alguns álbuns da carreira solo dos dois. E não é que me arrependi amargamente de ter ficado tanto tempo sem conhecer os trabalhos que os caras fizeram fora do Mr. Big? Destaco toda a discografia do Richie Kotzen, e o Tak Matsumoto Group do qual o Eric Martin participou.

Mas enfim, sobre os shows em si: Eric Martin é um grande showman, tem uma presença de palco excelente e sabe dozar muito bem as músicas do Mr. Big, carreira solo e TMG. Na minha opinião, os pontos altos do show foram a abertura com Wish You Were Here, o trecho de Goin' Where The Wind Blows, To Be With You, bem, basicamente o show todo foi um ponto alto. Pena que eu não conhecia muito ainda da carreira solo do cara, e fiquei perdido em algumas músicas.

Richie Kotzen entrou logo depois, e apesar de não ser tão carismático quanto o Martin, o cara é um puta guitarrista/cantor/compositor. Infelizmente também sofri pelo fato de não conhecer muito da carreira do cara (odeio ir em show conhecendo nada de letras =/) e pelo som do lugar que não tava muito bom, na maioria das músicas era díficil entender o que ele tava cantando. Pontos altos foram as músicas Mother Head's Family Reunion, Doin' What The Devil Says To Do e, é claro, os clássicos absolutos Stand e Shine.

Pena que não rolou a jam com o Eric Martin que fizeram em todos os shows da turnê conjunta pela América do Sul, menos em Curitiba, é claro...

1 - Blind Guardian

Em um ano que Blind Guardian vem pro Brasil, não tem como acontecer um show melhor. Peço perdão a todos, mas os bardos sempre vão ocupar um posto especial entre as bandas que gosto. Eles foram simplesmente os responsáveis por eu começar a gostar de heavy metal e procurar me informar melhor sobre bandas não tão conhecidas pelo público em geral.

De todas as músicas que tocaram, só não sabia decoradas as do álbum mais recente, mas isso não importa, porque ao vivo são excelentes, e só o fato de terem tocado Punishment Divine e Lord Of The Rings exclusivamente em Curitiba já valeu. Pontos altos? O show todo, mas especialmente as duas músicas citadas, mais Born In a Mourning Hall, And Then There Was Silence, Fly... diabos, o show inteiro foi fenomenal. Pena que conhecendo o Guardian, outro desses só em 2009 ou 2010...

6 de dez. de 2007

Review - Never Seen The Light Of Day

Pra movimentar isso aqui um pouco, segue review de um cd que tenho ouvido a algumas semanas.



Ao ouvir esse disco, não espere os "yeah, yeah, yeah" de Bring'Em In, as músicas mais radiofônicas de Hurricane Bar ou a diversidade presente em Ode To Ochrasy. Em Never Seen The Light Of Day, vemos um Mando Diao bastante diferente, assumindo muitas de suas influências, e fazendo um álbum que definitivamente vai dividir os fãs em dois grupos: os que odiaram e os que amaram, não há espaço para meio-termo.

O ouvinte só vai notar a diferença lá pela terceira música, a ótima Gold, e vai perceber que está ouvindo na verdade quase uma banda de música folk. Apostando no violão e na percurssão, o álbum está bastante calmo. Há claro várias evidências de que se trata sim de um cd do Mando Diao, como nas excelentes One Blood e Mexican Hardcore, mas a experimentação é o que fala mais alto, como comprova a música título e Darlana, música instrumental de quase 8 minutos que fecha o álbum.

Não é o melhor cd que já fizeram (esse cargo ainda pertence a Ode To Ochrasy), mas mantém o bom nível e o potencial demonstrado até agora. Espero ver logo como as músicas desse álbum vão funcionar ao vivo, talvez ganhem o peso necessário pra melhorar ainda mais o resultado.

Mando Diao - Never Seen The Light Of Day - 8/10

1. If I Don't Leave Today, Then I Might Be Here Tomorrow
2. Never Seen The Light Of Day
3. Gold
4. I Don't Care What The People Say
5. Mexican Hardcore
6. Macadam Cowboy
7. Train On Fire
8. Not a Perfect DAy
9. Misty Mountains
10. One Blood
11. Dalarna

28 de nov. de 2007

Complementando

Segue abaixo um texto do site Whiplash que serve pra pra ilustrar o que venho tentando dizer nos posts anteriores:

Que o meio artístico, em específico o da música, é medíocre e corrupto, não chega a ser novidade. A corrupção está latente em qualquer ramo de atividade de nosso sistema capitalista neo-liberal. A letra de "If Money Talks", da banda Jason & The Scorches, fala um pouco disso. O fato é que isso influencia diretamente no produto acabado pronto para ser consumido.

Clique aqui para ler o resto

23 de nov. de 2007

Sobre pirataria

Estava evitando fazer um post sobre esse assunto, porque bem, é algo extremamente clichê em todo meio que pretende falar de música, e duvido muito que eu traga alguma novidade pra discussão. Até por isso vou tentar não me alongar muito no assunto.

Basicamente eu acredito que pirataria seja algo errado, e que não seja o caminho certo pra conseguir nada. Mas eu me utilizo de downloads ilegais, assim como 99% da população mundial que sabe como usar algum programa p2p, e bem, não me arrependo disso. Não me arrependo simplesmente porque se não utilizasse desse meio, não conheceria nem metade das bandas que conheço.

Por mais que eu queira, seria simplesmente eu conhecer algumas bandas como Mando Diao ou The National se fosse depender das gravadoras e distribuidoras no Brasil. Se já é dificil achar determinados discos de bandas que são conhecidas, como Black Sabbath, imagine de uma banda indie de Nova Iorque que nem nos EUA é famosa? E por mais que eu possa a recorrer à importação, eu sinceramente não pagaria mais de 100 reais num cd de alguém que eu não conheço pra me arriscar a gostar (se bem que por 100 reais, eu ouviria o cd me forçando a gostar dele, por mais que fosse algo horrível).

Sou daquele tipo de pessoa que por mais que tenha em mp3, se ve na loja por um preço camarada, vai e comprar o original. Eu acho justo com o artista, e eu gosto de ter caixinha, encarte e tal, digo, eu cresci num ambiente em que CDs representavam algo, representavam uma oportunidade de fugir da programação radiofonica horrível e ouvir somente aquilo que eu gostava.

O mp3 basicamente substituiu esse papel, com a vantagem de que eu não precisava mais aguentar a programação radiofonica nem descobrir algum artista por acaso na tv ou em alguma revista. Posso baixar, ouvir, e facilmente me livrar caso não goste.

Bom, resumindo... esse post só funciona em conjunto com o anterior: Por que eu vou comprar um CD se 90% do que é lançado é lixo comercial que não tem muita validade artistica? Eu não vou deixar de comprar o cd dos caras que eu gosto, mas eu acho que ao menos tenho o direito de conhecer o trabalho da pessoa antes de gastar 50 reais num cd que vai doer na consciencia muito se for de qualidade duvidosa.

E bem, isso complica muito mais por se tratar de Brasil: Aqui o formato single foi eliminado faz tempo, não faço idéia porquê, já que lá fora é o que impulsiona em muito as vendas. E também não tem um formato de venda pela internet realmente racional... digo, pra quem mora nos EUA, 99 centavos de dolar não é nada por uma música no iTunes. Mas pro brasileiro, é simplesmente inaceitavel pagar 3 reais numa música com qualidade baixa da bitrate, como é oferecido na maior parte das lojas nacionais que lidam com isso.

19 de nov. de 2007

A indústria da música "Pop"

Ok, hora de atualizar isso aqui

O que pra você significa o termo pop, quando atribuído à música? Letras e melodias fáceis e pegajosas que pelo seu conteúdo conseguem atingir um público bastante amplo? Um material que tenha qualidade o bastante pra atrair uma grande quantidade de fãs, e consequentemente torne a banda popular?

Eu queria poder dizer que é justamente isso que significa música pop, simplesmente algo que atinge um grande público pela sua qualidade. Mas ultimamente ser um músico pop significa mais ter um grande apoio de marketing do que preocupação com a música em si. Quantos "artistas" que eram considerados grandes nomes do pop há 5 anos permanecem em evidência na mídia? E quantos desses realmente tem um trabalho de qualidade?

Basicamente é isso: a música virou uma indústria tão lucrativa, que bem, acharam que era muito trabalho manter a preocupação com a música como um fator a se levar em conta. Muito mais fácil a cada ano lançar um artista bonitinho com um álbum devidamente fabricado em estúdio, gastar milhões em marketing e lucrar milhões com isso. Quando essa pessoa perder o apelo, só repetir a formula com outro e repetir o ciclo.

Isso acaba influenciando até a mentalidade das pessoas. Hoje o que se vê não é gente querendo ficar conhecida por seu trabalho, tendo liberdade e segurança para trabalhar somente com o que gosta. Não, as pessoas querem ser ricas e famosas, ponto. Vêem isso mais como um caminho do que como uma conseqüência. E dá-lhe programas como American Idol pra ajudar a fixar essa idéia.

É aí que entra a grande "vilã" da história, a pirataria (vou fazer um post mais detalhado sobre isso no futuro). As gravadoras reclamam que baixar músicas fere o artista e prejudica a procura de novas bandas, já que há cada vez menos dinheiro para se investir em grupos novos. Mas peraí, cade o tal investimento? O que vejo ultimamente é só gravadoras lançando cada vez mais a mesma coisa, todos artistas no mesmo molde.

Estranho que as grandes gravadoras estejam reclamando de mp3s, enquanto para muitas bandas essa tenha sido a solução para conseguir se tornar conhecidas. O Arctic Monkeys é o maior exemplo disso. Não fossem os milhões de downlaods do primeiro álbum, não seria o sucesso que é. Ah sim, os recordes de venda que teve com seu primeiro cd também comprovam que quando o produto é bom, as pessoas ainda adquirem o produto físico em lojas. Agora, pedir pra que alguém gaste 40, 50 reais num cd de alguma coisa totalmente descartável e que logo vai ser esquecida, aí já é demais.

4 de nov. de 2007

Sobre o Tim Festival

No último dia 31, como todo mundo já deve saber, rolou o último dia do Tim Festival. A etapa curitibana contou com a presença de Hot Chip, Björk, Arctic Monkey e The Killers. Fui mais pela expectativa de ver o Arctic Monkeys, que é uma banda que gosto bastante (apesar do segundo álbum estar bem aquém do primeiro, em minha opinião), um pouco por The Killers, que gosto de uma coisa ou outra, e principalmente pelo preço, que pra estudantes tava saindo por 30 reais.

No dia acabei chegando meio “tarde”, bem quando o Hot Chip estava pra começar a última música. Pelo pouco que vi, gostei dos caras, ao menos ao vivo eles parecem se virar bem, mas claramente 99% do público não estava ali pra ver essa banda, tanto que pouquíssima gente se empolgou com os caras.

Logo foi a vez de Björk entrar no palco, e devo confessar que eu não gosto das músicas dela nem um pouco... Não é questão de odiar, mas sim de não ser algo que me atinja, não é o tipo de música que me diga alguma coisa. Bom, de qualquer forma devo elogiar a produção do show dela, os efeitos utilizados funcionaram muito bem, até pra alguém que não curte muito a islandesa, teve alguns momentos empolgantes.

Com um pouco de atraso, o Arctic Monkeys entrou no palco e não me decepcionou nem pouco. É impressionante como as músicas não perdem nenhuma qualidade em relação ao estúdio, inclusive ganham mais peso, o que as torna ainda melhores. Tá certo que como fã chato, eu colocaria algumas músicas a mais, e trocaria outras, mas o set foi muito bom, misturando material dos dois álbuns e incluindo uma música ainda inédita. Pena que como tocavam uma música logo em seguida da outra, sem nenhuma pausa quase, a impressão que ficou é que foi um show com um set ainda menor do que teve... inveja do pessoal que foi no Rio de Janeiro e conferiu 5 músicas a mais.

Mais uma vez o palco teve que ser remontado, e com cerca de meia hora de atraso (o que é ruim, mas ainda assim é melhor do que o padrão brasileiro de achar que é normal um show atrasar cerca de 3 horas, e que ninguém deve reclamar de algo do tipo), entra o Killers, no que foi o melhor show da noite. Sério, danem-se esses sites e revistas metidos a entendidos de alta cultura, que dizem que a produção é cafona, que tem todo um clima “kitsch” nas músicas e nas poses do vocalista.

O importante é que o Killers sabe fazer um excelente show ao vivo, os membros têm boa presença de palco, e sabem dosar a hora de soltar um hit e agitar ainda mais a galera. Pena que muita gente já tava cansada e acabou não animando o show muito em algumas horas, mas mesmo assim o Killers foi a melhor atração da noite. Merecia sem dúvida uma segunda vinda ao Brasil, dentro do Tim Festival ou não, de preferência sozinhos, assim dava pra aproveitar um set ainda maior.

28 de out. de 2007

Richie Kotzen


Não poderia deixar de fazer um post pra esse guitarrista/cantor/compositor extremamente competente que nos últimos tempos constitui 80% das músicas que ouço. Richie Kotzen é o que podemos chamar de um artista completo.


O cara, além de ter uma das melhores técnicas que já vi com a guitarra (e um estilo inconfundível, que une elementos do hard rock, com uma pegada de soul bem evidente e elementos bem “funky”), ainda é um puta compositor e tem uma voz excelente, passando grande feeling em tudo que canta.

A carreira do cara resumida: Começou a tocar inspirado por um pôster do Kiss que tinha em seu quarto, e já aos 17 anos chamava atenção por sua técnica de shredding (que consiste em tocar em altíssima velocidade a guitarra, aliada a grande habilidade técnica). Logo assinou contrato com a Shrapnel Records, selo especialista em artistas do estilo, e já lançou seu primeiro disco, intitulado simplesmente Richie Kotzen.


Um tempo depois, acabou assumindo a guitarra da banda de glam rock Poison, mas logo após o álbum Native Tongue (que inclui um dos maiores sucessos escritos por Kotzen, a música Stand) ele foi despedido da banda, pelo seu envolvimento com a ex-noiva do baterista Rikki Rockett. Continuou sua carreira solo lançando quase anualmente um álbum melhor do que o outro (destaque para o clássico Mother Head’s Family Reunion de 94), e em 99 se uniu ao Mr Big, substituindo o guitarrista Paul Gilbert. Participou de dois álbuns antes que a banda chegasse ao seu fim em 2002, tendo como seu maior sucesso nessa fase a música Shine.


Kotzen continua com sua carreira solo, lançando material com cada vez mais qualidade. É impressionante o talento que o cara tem, mesmo saindo um disco novo por ano, não se vê queda de qualidade de um pra outro. Isso sem contar os trabalhos que fez com nomes como Greg Howe e Stanley Clark, e o cd que lançou como parte da banda Forty Deuce. Ao vivo o cara também humilha, mostrando ainda mais feeling do que o que já fica evidente no seu álbum. A turnê que fez recentemente pelo Brasil acompanhado com o ex-companheiro do Mr Big, Eric Martin, prova isso.


P.S: Todas as fotos desse post são do show que Richie Kotzen fez em Curitiba no dia 28/9 deste ano.

Stand


Mother Head's Family Reunion


Doin' What The Devil Says To Do

19 de out. de 2007

Como músicas refletem nosso estado de espírito

É impressionante um certo efeito que acontece quando se aprofunda muito no mundo musical e se procura conhecer diversos estilos. Basicamente esse efeito se trata de se achar que determinados momentos tem musicas perfeitas, que se tocassem naquele momento tornariam tudo mais interessante, mais intenso (e não só momentos felizes, também os tristes, aliás, acho que principalmente os tristes).

No livro Alta Fidelidade, do escritor Nick Hornby, o personagem principal, Rob Fleming, um aficcionado por música que tem como hobby fazer top-10's dos mais diversos assuntos (desde 10 melhores músicas de Neil Young até 10 maiores foras que já levou), apresenta uma tese interessante: e se todos nossos momentos de tristeza e infelicidade só acontecessem por causa de músicas tristes?

Explicando melhor: E se de tanto ouvir músicas que falam sobre separações, amores mal resolvidos, não tenha ficado no nosso inconsciente uma vontade de que os relacionamentos terminem e as coisas dêem errado, só pra que possamos curtir uma fossa? Eu não chegaria a ser tão radical quando Rob foi ao formular essa tese, mas é inegavel que toda música tem um efeito no humor e expectativas de uma pessoa.

Não que seja impossivel, nem loucura acontecer o contrário, mas é mais provavel que alguém quando está feliz e de bem com a vida vá ouvir alguma música do The Kooks do que algo do Honorary Title quando for tirar um tempo para pensar. Acredito que a música que ouvimos reflete não só nossa personalidade, mas também o estado de espírito pelo que passamos.

Para terminar o post, como o personagem Rob Fleming, farei um top 10 de músicas que no momento resumem pelo que estou passando:

10 - The Honorary Title - Petals
9 - The National - Daughters Of The Soho Riots
8 - R.E.M. - Country Feedback
7 - Neal Morse - Outside Looking In
6 - Kings Of Convenience - The Weight Of My Words
5 - Engenheiros do Hawaii - Refrão de Bolero
4 - Derek And The Dominos - Bell Bottom Blues
3 - The National - About Today
2 - Richie Kotzen - Rust
1 - Richie Kotzen - The Shadow

15 de out. de 2007

MTV faz escola novamente

E não é que a MTV surpreendeu (de forma negativa) mais uma vez todos que ainda acreditavam um pouco na pouca seriedade que a emissora parecia conservar? Chega nas lojas hoje o Acústico MTV Paulinho da Viola, numa prova que só colabora aos argumentos contra esse formato mais que manjado, que já expus num post anterior.

Não que Paulinho da Viola não tenha seus méritos como compositor, mas simplesmente não faz sentido lançar com uma embalagem acústica algo que já é acústico por natureza. Caberia mais lançar esse disco com a marca "Mtv ao vivo" do que lançar mais esses atestado de falência do formato CD + DVD de artista tocando acompanhado de violinos e outros instrumentos de corda (o famoso Acústico MTV).

10 de out. de 2007

Mr. Big


O Mr. Big é o tipico caso de um grupo que todo mundo ouviu e conhece alguma música, mas nunca lembra pelo nome. Iniciado em 89, com Eric Martin no vocal, Paul Gilbert na guitarra, Billy Sheehan no baixo e Pat Torpey na bateria, os caras reuniam duas características bem marcantes: músicas de fácil assimilação e membros com grande capacidade técnica.

Começaram a ter grande sucesso, principalmente no Japão, após o lançamento do segundo álbum, Lean Into It, recheado de grandes hits, como Green-Tinted Sixties Mind, Voodoo Kiss, Daddy, Brother, Lover And Little Boy, e especialmente To Be With You, aparecendo três semanas na primeira posição do Top 100 da Billboard e aparecendo entre as mais ouvidas em 20 países.

Uma das características que vale destacar na banda, é a relação de amor bastante evidente que possui com seus fãs orientais. Dos seus 6 álbuns ao vivo, 4 foram gravados no Japão e um em Singapura, somente um sendo gravado nos Estados Unidos, terra natal do Mr. Big.

Em 96, após o disco Hey Man, a banda perdeu Paul Gilbert, que saiu para se dedicar a uma carreira solo. A banda sempre teve problemas internos que de uma maneira ou outra conseguia gerenciar, e fala-se que a saída de Gilbert seja devido a discussões com Billy Sheehan e Eric Martin sobre qual direção o som da banda devia seguir. Depois disso, a banda deu uma pausa até 99, ano no qual retornou anunciando Richie Kotzen (Ex-Poison) como substituto de Gilbert.

Mas essa formação não durou muito tempo. Após dois álbuns com Kotzen, as divergências internas do grupo cresceram tanto que em 2002 a banda decidiu encerrar de vez suas atividades, apesar do sucesso que músicas do seu útlimo álbum,. especialmente “Shine”, vinham fazendo no Japão. Os ex-integrantes continuam em projetos solo, alguns especialmente geniais, como os de Paul Gilbert e Richie Kotzen, este último inclusive se apresentou recentemente no Brasil, com Eric Martin abrindo os shows da turnê.

Green-Tinted Sixties Mind



Shine


To Be With You

25 de set. de 2007

Acústico MTV ou "Como reviver bandas do time b do rock nacional"

Surgido em 89 nos Estados Unidos, a proposta do MTV Unplugged era trazer convidados do mundo do rock para que tocassem versões acústicas de seu trabalho. Grandes nomes passaram pelo programa em sua primeira fase, gente como Stevie Ray Vaughan, Joe Satriani, Elton John, Paul McCartney e Eric Clapton.

É claro que a MTV brasileira ia seguir essa idéia, reunindo os "grandes artistas nacionais" em programas baseados nos mesmos moldes. E não bastando importar a formula, tiveram que adaptá-la à realidade nacional, que sejamos sinceros, não é nada vantajosa pro rock. O Acústico MTV, no Brasil, virou sinonimo de artistas decadentes dos anos 80, normalmente do time b das bandas de rock formadas na época, que buscam reerguer sua carreira.

Maior exemplo disso é o Capital Inicial. Quem se lembra de ouvir alguma coisa sobre a banda antes do infame acústico que lançaram? De uma hora pra outra, o Capital foi alçado de uma simples banda do time b daquelas surgidas em Brasília durante a década de 80 (alguns dizem que nem time b era, mas sim já do time c), para um fenomeno pop. De banda moldada pelo estilo punk, com músicas agressivas como "Pedra na mão" e "Autoridades", passou a mais uma bandinha pop descartável, com composição no melhor (ou pior, no caso) estilo Jota Quest de ser.

O acústico MTV Brasil perdeu totalmente seu sentido, virando só mais uma ferramenta pra vender cada vez mais discos e atrair audiência pra emissora. De que outra forma poderia se explicar aberrações comos os acústicos de figuras como Zeca Pagodinho (que teve DOIS acústicos lançados... ah claro, Zeca Pagodinho normal é um metal muito pesado) e Sandy & Júnior? A maior prova de que esse lixo vende, é o acústico do Lobão. Digo, o cara deve ter se enchido o saco de vender mal e decidiu chutar o pau da barraca. Quer jeito melhor de fazer um rio de dinheiro e se vender de vez do que fazer um acústico da MTV Brasil?

Claro, há as eventuais excessões que fogem do óbvio e conseguem ter alguma qualidade. Mas, na maioria dos casos, parece que se aproveita a mesma produção para todos os acústicos, dessa forma podendo gravar acústicos em dúzias, lançando no mercado em doses homeopáticas, sempre com um lançamento pronto para lucrar mais alguns trocados. Alguém precisa avisar pros caras da MTV Brasil que um acústico não se faz necessariamente com a contratação de uma orquestra e a utilização de violinos nos arranjos "novos" do que a banda escolhida vai tocar. Basta um pouco de bom senso e o mínimo de bom gosto possível.

O acústico do Nirvana é a grande prova de que não é preciso toda uma super-produção. Não tem nenhuma grande orquestra, só os caras tocando violão (seguindo o espírito da palavra unplugged) e o set da banda é basicamente de covers, tendo somente "Come as You Are" como um grande hit da banda. Mesmo assim, é um excelente acústico, com covers decentes e um clima realmente intimista. E consegue isso sem precisar alugar um teatro todo cheio de frescuras nem usar tapetes persas como decoração.

14 de set. de 2007

A (falta de) identidade de quem escuta determinado estilo

Fica fácil detectar quem gosta de determinado estilo de rock pelo jeito como se veste ou anda. Os headbangers, por exemplo, podem ser facilmente identificados pelos cabelos compridos, muitas vezes acompanhados de camisetas de banda e coturnos desgastados. Costumam identificar o indie pelo corte de cabelo moderninho, pelos botons no casaco ou mala/bolsa que carrega, e pelo jeito alternativo de se vestir.

Mas esse post não é sobre "a moda das tribos urbanas", mas sim sobre o fato de que gostar de determinado estilo acaba fazendo com que a maioria das pessoas seja taxativa e exclua do seu gosto outros estilos sem nem sequer conhecê-los. Pra maioria dos headbangers, tudo produzido em matéria de indie-rock é lixo, mesmo que jamais tenham ouvido algo do tipo. E é claro, o contrário também é bastante evidente.

Onde quero chegar? Bem, basicamente a impressão que tenho é que procurar conhecer um pouco de cada gênero, tentando reconhecer qualidade em cada um dele acaba sendo considerado anormal. Pra ser aceito por determinado grupo, é preciso gostar só de determinada coisa e nada além daquilo. A palavra eclético passou a ser vista como uma palavrão, passou a significar não ter identidade e não entender bem de nenhum estilo de música.

Basicamente, pra ser aceito, é preciso fechar a cabeça e viver num mundindo fechado, acreditando que tudo produzido de bom em matéria de música pertence a um só estilo. Não é a toa que tantas bandas iguais andam surgindo ultimamente, em todos os estilos. É dificil achar alguém que tenha mente aberta o bastante (e principalmente coragem) para ouvir e flertar com estilos sonoros diferentes, uma das poucas maneiras pelas quais vejo que a música pode evoluir.

3 de set. de 2007

A segmentação do Rock

Faça um exercício mental e tente se lembrar de alguma banda que tenha surgido desde metade da década de 90, que tenha qualidade indiscutível, reconhecida mundialmente, até pelos que não são muito ligados em rock, e que acima de tudo tenha conseguido se manter em evidência sem precisar prostituir seu trabalho. Díficil?

Algum nome como The Strokes, Artic Monkeys ou até Libertines pode ter surgido na mente. Mas esses nomes, apesar da sua qualidade, não causaram nenhuma grande comoção, mesmo dentro do mundo do rock. Além, é claro, de estarem restritos a públicos bem específicos. Provavelmente o nome que surgiu pra quem conhece o gênero é do Nirvana. Mas vale lembrar que a banda acabou em 94, e desde então não surgiu nenhum grande fenômeno do mesmo nível pra abalar as estruturas do que se conhece como rock.

A falta de um novo nome revolucionário faz com que as bandas que realmente possuem alguma relevância e façam algum trabalho de peso sejam aquelas surgidas nas décadas de 70 e 80. Apesar de tudo, a velhice vai chegando pros seus membros, e a criatividade uma hora acaba. Infelizmente, parece que não há uma renovação nesse sentido, de bandas novas mostrarem a que vieram e deixarem sua marca como grandes nomes da música.

Isso se deve a que? Acredito que é uma mistura, desde o fato da música estar sendo tratada cada vez mais como um produto do que como uma forma de expressão, até o fato do próprio rock estar cada vez mais segmentado, sendo díficil atingir o público em geral, com um trabalho que agrade à maioria. Metaleiros vão continuar ouvindo metal (se dividindo em sub-gêneros, como os amantes do doom e os que gostam de progressivo), assim como aquele que gosta de indie-rock vai continuar ouvindo só aquilo.

O ponto que quero chegar é o seguinte: Acabou a época em que era possível surgirem nomes como os Beatles, o Pink Floyd e o Led Zeppelin (pra citar só alguns), que por mais que não tivessem total aceitação, conseguem até hoje influenciar e ser amados por fãs dos mais diversos gêneros musicais? Pessoalmente acredito que sim, que a segmentação é cada vez mais forte (ainda mais com a internet), e que vai ser dificil (se não impossível) surgir algum nome novo que tenha tanta influência ou qualidade quanto os citados.

29 de ago. de 2007

Não pode ir a um show? A internet pode ser a solução

Não há nada que substitua a experiência de um show ao vivo de uma banda que se gosta. Desde o fato da banda estar ali pertinho, até o ambiente onde tem centenas (ou até milhares) de pessoas que gostam da mesma coisa que você ali, cantando junto todas as letras e curtindo cada momento do show, é inigualável.

Mas o que fazer quando se gosta de uma banda que nunca faz turnê pelo Brasil, e nunca lançou um cd ou dvd ao vivo pra ao menos dar um gostinho de como pode ser essa apresentação? Uma das soluções pode ser os sistemas de video por streaming, que ganham cada vez mais qualidade de imagem e diversidade de bandas. Vou falar sobre dois que conheço, que considero excelentes: o Fabchannel e o Baeble Music.


Fabchannel (www.fabchannel.com)

Possui uma lista bem grande com artistas de diversos estilos, que abrangem o rock, o hip hop, cantores/compositores solo, heavy metal, soul, pop, punk, entre vários outros. É possível, após um rápido registro, formar a própria playlist com músicas de shows diversos, além de extras como poder adiciona o link para shows completos em blog pessoal.

O problema do site é que ele é realmente pesado, recomendado somente pra quem possui uma banda larga robusta, no mínimo de 500k, mesmo assim correndo o risco de ficar lento. Isso acontece porque a exibição dos shows é feita por streaming direto, não há um sistema similar ao do youtube, por exemplo, onde se possa pausar no começo de uma música, esperar ela carregar para então assisti-la. Ou seja, dependendo do estado da sua conexão, prepara-se para muitas travas durante a exibição (o que pode variar, vídeos mais recentes ou com qualidade de imagem maior costumam apresentar esse problema de forma mais constante).

A seleção de bandas inclui nomes bem diversificados, como Stereophonics, Nightwish, Little Man Tate, Cansei de Ser Sexy, The View, The Holloways, Van Der Graaf Generator, Explosions In The Sky, The Arcade Fire, Dimmu Borgir, The Gathering e Trivium, além de centenas de outros, tanto conhecidos quanto desconhecidos. Recomendo muito pela qualidade de imagem e som, mas só para aqueles que possuem uma conexão robusta que aguente o tranco.


Baeble Music (www.baeblemusic.com)

O Baeble é uma alternativa mais voltada pra quem curte bandas mais desconhecidas, ou que busca algo novo no estilo que curte. A seleção é bem menor que a do Fabchannel, mas a vantagem é que é possivel esperar uma música carregar completamente antes de assistir o vídeo, o que evita eventuais "travas" durante a exibição.

Não é possivel formar a própria playlist que nem no Fabchannel, e há bastante publicidade no site devido ao seu pequeno porte. É possível assistir todos os shows na integra por streaming, ou baixar para o HD, mediante registro no site e o pagamento de determinado valor por show. A seleção musical e os gêneros são bastante restritos, mas a qualidade de imagem e som também é excelente, o que garante uma boa experiência pra quem assiste pela tela do PC. No momento a maior atração do site é um show do Mando Diao, inclusive foi dessa forma que o conheci, através de uma propaganda que anunciava esse show no youtube.

23 de ago. de 2007

Chroma Key


O Chroma Key não pode ser considerado bem como uma banda, mas sim como um projeto pessoal de Kevin Moore. Depois de ter conquistado fama mundial como um dos membros fundadores e tecladista da banda de heavy metal progressivo Dream Theater, Moore saiu da banda logo após o lançamento do álbum Awake, considerado por alguns o melhor trabalho já realizado pelo Dream Theater.

A musicalidade do Chroma Key é bem diferente, misturando algo do rock progressivo com bastante elementos eletrônicos, com uso intensivo de sintetizadores, mas sempre com uma atmosfera meio ambient, de certa forma até melancólico, com os vocais feitos por Moore ajudando muito a diferenciar seu trabalho de demais bandas e projetos. É possível escutar todos os álbuns diretamente do site do Chroma Key, através de streaming.

Como curiosidade: Os três discos da banda, Dead Air For Radios, You Go Now e Graveyard Mountain Home foram todos gravados em locais diferentes do mundo, bem distantes entre si, no estúdio próprio de Moore em cada local por onde passava. Dead Air foi gravado na Jamaica, enquanto Graveyard Mountain Home foi gravado em Istambul, onde Moore estava trabalhando na trilha sonora de um filme na época.



Quantcast

19 de ago. de 2007

Reunião de "clássicos" do rock

Acho impressionante essas bandas que passam anos separadas, seja por brigas entre os ex-integrantes ou por desgaste natural, que de uma hora pra outra conseguem resolver problemas que durante anos foram um impecilho para uma reunião, e se reúnem para um turnê mundial que lucra milhões baseada nos maiores hits da banda (que é claro, acaba se traduzindo em um disco de "inéditas" de qualidade duvidosa).

Parece brincadeira ver quantas bandas atualmente se encaixam nesse caso. E o pior, não são nem bandas que nunca fizeram sucesso e quiseram tentar mais uma vez, mas sim nomes que possuem um certo peso, e cujos integrantes se deram muito bem na carreira solo. O caso mais recente é o The Police, que após anos separados voltou a se apresentar, inclusive tocando em um grande evento como o Live Earth (é claro, só tocando grandes sucessos que já completam mais de 20 anos de existência, como Message In a Bottle e I Can't Stand Losing You).

O Van Halen já anunciou que vai iniciar uma nova turnê com David Lee Roth, vocalista original da banda que há 22 anos não fazia mais parte dela (turnê está que tinha sido anunciada há algum tempo atrás, mas só agora parece realmente sair do campo dos boatos ou do "queremos fazer"). Ah, e o The Verve (aquela banda de Bittersweet Symphony e The Drugs Don't Work), separado em 1999, já anunciou uma reunião, prometendo um álbum de inéditas.

Talvez o caso mais notável seja o do Queen, atualmente Queen + Paul Rodgers. Brian May deveria estar morrendo de vontade de descolar mais alguns milhões pra sua conta quando decidiu chamar o ex-vocalista do Free e do Bad Company para substituir o insubstituível Freddy Mercury. Tudo bem, não é necessariamente algo ruim, mas simplesmente não é Queen. O fato de Rodgers ter basicamente assumindo que mal conhecia a discografia do Queen, se resumindo aos álbuns da linha Greatest Hits não ajuda muito. Ah, e um cd de inéditas também já está no forno.

Talvez a única excessão no meio dessas reuniões seja o Heaven and Hell, que reúne a formação do Black Sabbath responsável pela gravação dos clássicos Heaven and Hell e Mob Rules. Só por evitarem utilizar o nome do Sabbath pra divulgar a turnê essa reunião já se diferencia das demais, e os membros já anunciaram que isso não passa de algo passageiro, com os integrantes se dedicando ao que estavam trabalhando anteriormente, sem querer abusar da boa vontade dos fãs.

O que dá pra tirar de todas essas reuniões? Por um lado é bom poder ver certos grupos que se separaram há tempos se apresentando juntos novamente, pra um fã que só conheceu The Police através da carreira solo do Sting deve ser o máximo poder ver a banda reunida novamente. Mas sempre fica no ar aquilo, de que é só uma reunião oportunista feita por senhores já com seus 40 ou 50 anos de vida (no caso do Heaven and Hell, já passando dos 60), que preferem a tranquilidade e a segurança de se apresentar com um nome consolidado do que se arriscar a produzir algo novo, sem a mesma garantia de sucesso.

15 de ago. de 2007

Música = Religião?

Fico impressionado com a tendência que certos "fãs" tem de endeusar seus ídolos, colocá-los num pedestal intocável, isentos de qualquer tipo de crítica, mesmo que construtiva. Como no futebol, parece uma religião, com a diferença de que não importa o desempenho ou qualidade, sempre vai ter aquele fã fanático que vai adorar tudo que é feito, mesmo que seja um trabalho sofrível.

Parei de frequentar comunidades de bandas no orkut justamente por isso: enquanto se procura uma discussão no mínimo amigável sobre o trabalho de determinado grupo, o que se vê é diversas pessoas fazendo ofensas pessoais a quem ousa criticar o que quer que seja. Pra completar a situação, existem aqueles cujo único propósito é a criação de perfis falsos para atrapalhar comunidades, tentando ofender de forma gratuita diversas pessoas, só por gostar de determinado artista.

Admito que já fiz muito isso, de sentir que uma critica ou ofensa a determinado artista era uma ofensa a mim mesmo, afinal, havia ali tanta identificação que parecia que uma ofensa à música que fazia sentido para mim era algo pessoal. Parando pra pensar, dá pra facilmente concluir que isso é algo simplesmente rídiculo.

Exercer uma crítica ao que se gosta é uma atividade bastante saudável, até pra apreciar mais o trabalho de determinada banda, e poder ver a evolução (ou involução) que sofreu de um trabalho pra outro. Serve até pra poder assumir sem culpa que se gosta de algo totalmente comercial e descartável, sem correr o risco de cair no ridículo de dizer que é fã imortal de um artista que em 6 meses será esquecido até pela própria mãe.

12 de ago. de 2007

Gentle Giant


O Gentle Giant foi uma das melhores bandas de rock progressivo surgidas durante a década de 70. Formada pelos irmãos Derek, Phil e Ray Shulman, em conjunto com Gary Green, Kerry Minnear e uma série de bateristas, a proposta da banda era "expandir as fronteiras da música popular contemporânea, com o risco de se tornar muito impopular".


Lançaram 12 álbuns no período em que ficaram ativos, todos bastante complexos, que utilizam de aspectos como rápidas mudanças no tempo, compassos diversificado, além de instrumentos fora do convencional, muito deles de origem medieval (nos créditos de um álbum, chegou a constar o uso de 46 instrumentos diferentes).




Talvez a principal diferença do Giant para as demais bandas do estilo seja o uso de vocais múltiplos e sincronizados, que dão um toque muito bacana às músicas da banda. Conforme os anos foram passando, o som da banda foi se tornando cada vez mais acessivel e comercial (embora ainda seja bastante complexo), fato que foi acentuado com o foco no público norte-americano adotado no final de sua existência. Apesar de terem terminado em 1980, ainda há grande interesse por material da banda, e esporadicamente há o lançamento de material ao vivo, como dvds e cds especiais.



On Reflection




The advent of Panurge



Proclamation

8 de ago. de 2007

Suburban Kids With Biblical Names



Vinda da Escócia e formada por Johan Hedberg e Peter Gunnarson, o Suburban Kids With Biblical Names foge totalmente do convencional. Não espere aqui um pop nos moldes tradicionais ou uma banda de indie rock convencional, com letras tentando soar espertas ou com uma sonoridade depressiva que só falta o ouvinte se suicidar ou dormir de tão entediante.

Classificado como "Twee Pop", a dupla tem um som que mistura batidas eletronicas com instrumentos tradicionais, sempre com um clima bastante animado. As letras aquela mesma coisa de sempre, tratando de amores platônicos, a volta às origens, etc, mas sempre bastante divertidas. Vale a pena destacar Loop Duplicate My Heart, que basicamente é uma música sobre ficar em casa, sozinho e fazendo música no computador, feliz com a comodidade da tecnologia e com os fones de ouvido que impedem os vizinhos de reclamar. Um verdadeiro hino para todos os nerds que não tem vergonha de sua natureza.

Na discografia da banda constam os Ep's #1 e #2, e um cd chamado (de maneira nada surpreendente) #3, e atualmente está no estúdio gravando um novo álbum, que, é claro, já teve seu nome anunciado como #4. Altamente recomendada pra quem quer fugir do convencional e procura alguma música alegre, descompromissada e cheia de referências à vida nerd.

Loop Duplicate My Heart


Funeral Face


Rent a Wreck

6 de ago. de 2007

Office Of Strategic Influence - O.S.I


O Office Of Strategic Influence começou como um projeto solo do guitarrista Jim Matheos do Fates Warning, que chamou o baterista do Dream Theater, Mike Portnoy para utilizar seus talentos no álbum. Matheos chamou Steven Wilson do Procupine Tree para cantar no álbum, mas este teve que recusar por não achar que o estilo do O.S.I combinava com o trabalho que estava fazendo na época.

Logo se uniram a banda o tecladista Kevin Moore (ex-Dream Theater, atual Chroma Key, na primeira colaboração que fez com Mike Portnoy em quase 10 anos), grande colaborador dos primeiros álbuns do Fates Warning, e Sean Malone para ocupar o posto de baixista e tocar o Chapman Stick. Faltando preencher somente o posto de vocalista, chegaram a considerar Daniel Gildenlöw do Pain Of Salvation para o posto, mas como os vocais de Moore já estavam sendo utilizados de forma satisfatória nas versões preliminares das músicas, logo se tornou evidente que ele deveria também assumir esse posto. Mais tarde Steve Wilson mudou de idéia e chegou a colaborar com os vocais na faixa shutDOWN do primeiro álbum.

O nome Office Of Strategic Influence tem como origem uma agência do governo norte-americano criada em 2001 para combater o terrismo, através de operações psicologicas em países escolhidos, com a utilização maxima de propaganda para tentar conquista a população civil e desestabilizar possiveis grupos terroristas dessa forma. A agência foi desfeita logo após suas atividades se tornarem públicas.

Quanto à sonoridade da banda, é basicamente um metal progressivo, mas com bastante elementos eletrônicos, com a influência bem clara de sintetizadores em determinadas músicas. Pra quem conhece o trabalho de Kevin Moore no Chroma Key esses elementos já devem soar bastante familiares. Enfim, as raízes da banda estão no heavy metal, mas com bastante espaço pra experimentações que a diferenciam dos demais projetos do gênero. Até agora já foram lançados dois álbuns do projeto: Office Of Strategic Influence, em 2003 e Free, em 2006. Também foi lançado um EP chamado re:free, que contem remix de três faixas do segundo álbum.

Free



Hello Helicopter



Our Town

2 de ago. de 2007

Ben Kweller


Nascido em 81 na California mas criado durante a maior parte da sua vida na cidade de Greenville, no Texas, Ben Kweller foi exposto à música bem cedo. Começou a tocar bateria aos 7 anos, ensinado por seu pai, mais tarde aprendendo guitarra e piano. Aos 15 anos fazia parte da banda Radish, que apesar de ter um contrato com a Mercury Records, não obteve o sucesso esperado e logo foi desfeita.


Aos 19 anos, Kweller se mudou para Nova Iorque junto de sua namorada Liz Smith, para investir em sua carreira solo. Nesse período fez alguns shows acústicos e lançou alguns EPs independente, contendo material não lançado pelo Radish e algumas canções própias. O EP Freak Out, It's Ben Kweller rendeu a ele um convite para uma turne pelos EUA e Europa acompanhando a banda The Lemonheads, logo depois conseguindo um contrato com a ATO Records.

Kweller já tem 3 álbuns em sua discografia: Sha Sha, de 2001, On My Way de 2004 e Ben Kweller, de 2006. Dá pra sentir uma certa influência de bandas como Nirvana em determinadas músicas, principalmente no material mais antigo, mas a maioria das músicas se constituem num pop "bubblegum", músicas faceis de escutar e com refrões que ficam facilmente grudados na mente.

Sundress




Penny On The Train Track



Wasted & Ready