28 de nov. de 2007

Complementando

Segue abaixo um texto do site Whiplash que serve pra pra ilustrar o que venho tentando dizer nos posts anteriores:

Que o meio artístico, em específico o da música, é medíocre e corrupto, não chega a ser novidade. A corrupção está latente em qualquer ramo de atividade de nosso sistema capitalista neo-liberal. A letra de "If Money Talks", da banda Jason & The Scorches, fala um pouco disso. O fato é que isso influencia diretamente no produto acabado pronto para ser consumido.

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23 de nov. de 2007

Sobre pirataria

Estava evitando fazer um post sobre esse assunto, porque bem, é algo extremamente clichê em todo meio que pretende falar de música, e duvido muito que eu traga alguma novidade pra discussão. Até por isso vou tentar não me alongar muito no assunto.

Basicamente eu acredito que pirataria seja algo errado, e que não seja o caminho certo pra conseguir nada. Mas eu me utilizo de downloads ilegais, assim como 99% da população mundial que sabe como usar algum programa p2p, e bem, não me arrependo disso. Não me arrependo simplesmente porque se não utilizasse desse meio, não conheceria nem metade das bandas que conheço.

Por mais que eu queira, seria simplesmente eu conhecer algumas bandas como Mando Diao ou The National se fosse depender das gravadoras e distribuidoras no Brasil. Se já é dificil achar determinados discos de bandas que são conhecidas, como Black Sabbath, imagine de uma banda indie de Nova Iorque que nem nos EUA é famosa? E por mais que eu possa a recorrer à importação, eu sinceramente não pagaria mais de 100 reais num cd de alguém que eu não conheço pra me arriscar a gostar (se bem que por 100 reais, eu ouviria o cd me forçando a gostar dele, por mais que fosse algo horrível).

Sou daquele tipo de pessoa que por mais que tenha em mp3, se ve na loja por um preço camarada, vai e comprar o original. Eu acho justo com o artista, e eu gosto de ter caixinha, encarte e tal, digo, eu cresci num ambiente em que CDs representavam algo, representavam uma oportunidade de fugir da programação radiofonica horrível e ouvir somente aquilo que eu gostava.

O mp3 basicamente substituiu esse papel, com a vantagem de que eu não precisava mais aguentar a programação radiofonica nem descobrir algum artista por acaso na tv ou em alguma revista. Posso baixar, ouvir, e facilmente me livrar caso não goste.

Bom, resumindo... esse post só funciona em conjunto com o anterior: Por que eu vou comprar um CD se 90% do que é lançado é lixo comercial que não tem muita validade artistica? Eu não vou deixar de comprar o cd dos caras que eu gosto, mas eu acho que ao menos tenho o direito de conhecer o trabalho da pessoa antes de gastar 50 reais num cd que vai doer na consciencia muito se for de qualidade duvidosa.

E bem, isso complica muito mais por se tratar de Brasil: Aqui o formato single foi eliminado faz tempo, não faço idéia porquê, já que lá fora é o que impulsiona em muito as vendas. E também não tem um formato de venda pela internet realmente racional... digo, pra quem mora nos EUA, 99 centavos de dolar não é nada por uma música no iTunes. Mas pro brasileiro, é simplesmente inaceitavel pagar 3 reais numa música com qualidade baixa da bitrate, como é oferecido na maior parte das lojas nacionais que lidam com isso.

19 de nov. de 2007

A indústria da música "Pop"

Ok, hora de atualizar isso aqui

O que pra você significa o termo pop, quando atribuído à música? Letras e melodias fáceis e pegajosas que pelo seu conteúdo conseguem atingir um público bastante amplo? Um material que tenha qualidade o bastante pra atrair uma grande quantidade de fãs, e consequentemente torne a banda popular?

Eu queria poder dizer que é justamente isso que significa música pop, simplesmente algo que atinge um grande público pela sua qualidade. Mas ultimamente ser um músico pop significa mais ter um grande apoio de marketing do que preocupação com a música em si. Quantos "artistas" que eram considerados grandes nomes do pop há 5 anos permanecem em evidência na mídia? E quantos desses realmente tem um trabalho de qualidade?

Basicamente é isso: a música virou uma indústria tão lucrativa, que bem, acharam que era muito trabalho manter a preocupação com a música como um fator a se levar em conta. Muito mais fácil a cada ano lançar um artista bonitinho com um álbum devidamente fabricado em estúdio, gastar milhões em marketing e lucrar milhões com isso. Quando essa pessoa perder o apelo, só repetir a formula com outro e repetir o ciclo.

Isso acaba influenciando até a mentalidade das pessoas. Hoje o que se vê não é gente querendo ficar conhecida por seu trabalho, tendo liberdade e segurança para trabalhar somente com o que gosta. Não, as pessoas querem ser ricas e famosas, ponto. Vêem isso mais como um caminho do que como uma conseqüência. E dá-lhe programas como American Idol pra ajudar a fixar essa idéia.

É aí que entra a grande "vilã" da história, a pirataria (vou fazer um post mais detalhado sobre isso no futuro). As gravadoras reclamam que baixar músicas fere o artista e prejudica a procura de novas bandas, já que há cada vez menos dinheiro para se investir em grupos novos. Mas peraí, cade o tal investimento? O que vejo ultimamente é só gravadoras lançando cada vez mais a mesma coisa, todos artistas no mesmo molde.

Estranho que as grandes gravadoras estejam reclamando de mp3s, enquanto para muitas bandas essa tenha sido a solução para conseguir se tornar conhecidas. O Arctic Monkeys é o maior exemplo disso. Não fossem os milhões de downlaods do primeiro álbum, não seria o sucesso que é. Ah sim, os recordes de venda que teve com seu primeiro cd também comprovam que quando o produto é bom, as pessoas ainda adquirem o produto físico em lojas. Agora, pedir pra que alguém gaste 40, 50 reais num cd de alguma coisa totalmente descartável e que logo vai ser esquecida, aí já é demais.

4 de nov. de 2007

Sobre o Tim Festival

No último dia 31, como todo mundo já deve saber, rolou o último dia do Tim Festival. A etapa curitibana contou com a presença de Hot Chip, Björk, Arctic Monkey e The Killers. Fui mais pela expectativa de ver o Arctic Monkeys, que é uma banda que gosto bastante (apesar do segundo álbum estar bem aquém do primeiro, em minha opinião), um pouco por The Killers, que gosto de uma coisa ou outra, e principalmente pelo preço, que pra estudantes tava saindo por 30 reais.

No dia acabei chegando meio “tarde”, bem quando o Hot Chip estava pra começar a última música. Pelo pouco que vi, gostei dos caras, ao menos ao vivo eles parecem se virar bem, mas claramente 99% do público não estava ali pra ver essa banda, tanto que pouquíssima gente se empolgou com os caras.

Logo foi a vez de Björk entrar no palco, e devo confessar que eu não gosto das músicas dela nem um pouco... Não é questão de odiar, mas sim de não ser algo que me atinja, não é o tipo de música que me diga alguma coisa. Bom, de qualquer forma devo elogiar a produção do show dela, os efeitos utilizados funcionaram muito bem, até pra alguém que não curte muito a islandesa, teve alguns momentos empolgantes.

Com um pouco de atraso, o Arctic Monkeys entrou no palco e não me decepcionou nem pouco. É impressionante como as músicas não perdem nenhuma qualidade em relação ao estúdio, inclusive ganham mais peso, o que as torna ainda melhores. Tá certo que como fã chato, eu colocaria algumas músicas a mais, e trocaria outras, mas o set foi muito bom, misturando material dos dois álbuns e incluindo uma música ainda inédita. Pena que como tocavam uma música logo em seguida da outra, sem nenhuma pausa quase, a impressão que ficou é que foi um show com um set ainda menor do que teve... inveja do pessoal que foi no Rio de Janeiro e conferiu 5 músicas a mais.

Mais uma vez o palco teve que ser remontado, e com cerca de meia hora de atraso (o que é ruim, mas ainda assim é melhor do que o padrão brasileiro de achar que é normal um show atrasar cerca de 3 horas, e que ninguém deve reclamar de algo do tipo), entra o Killers, no que foi o melhor show da noite. Sério, danem-se esses sites e revistas metidos a entendidos de alta cultura, que dizem que a produção é cafona, que tem todo um clima “kitsch” nas músicas e nas poses do vocalista.

O importante é que o Killers sabe fazer um excelente show ao vivo, os membros têm boa presença de palco, e sabem dosar a hora de soltar um hit e agitar ainda mais a galera. Pena que muita gente já tava cansada e acabou não animando o show muito em algumas horas, mas mesmo assim o Killers foi a melhor atração da noite. Merecia sem dúvida uma segunda vinda ao Brasil, dentro do Tim Festival ou não, de preferência sozinhos, assim dava pra aproveitar um set ainda maior.