31 de jan. de 2008

Crença religiosa e música

Ok, ok, pelo grande número de exigências, cartas chegando sem parar e ameaças de morte caso eu parasse de postar, decidi que era melhor atualizar isso aqui pra não pensarem que eu desisti (ok, algumas dessas coisas ai não são necessariamente verdade).


Aviso: assunto "delicado", se você faz parte da Igreja Universal do Reino de Deus, algum grupo neonazista ou é algum islâmico fanático, não leia isso (mas afinal, não é tudo a mesma coisa?)


Então, tava eu aqui ouvindo Neal Morse quando me veio o seguinte pensamento: O cara canta bem, tem uma banda boa, mas o tema das canções é sempre o mesmo, a devoção a Deus. Eu pessoalmente não acredito muito nisso, mas como gosto do trabalho do cara ouço tranquilamente, e respeito o bastante pra não me ofender pelas opiniões que ele tem sobre religião.

Mas dai eu fico pensando: Po, o cara abandonou o Spock's Beard e o Transatlantic por causa disso, por achar que devido à sua conversão como um cristão renascido, tinha como dever somente compor e cantar músicas que tivessem temática cristã... mas pra que isso? Será que não dá pra conciliar a fé récem adquirida com um trabalho que não necessariamente fale sobre religião?

Digo, é óbvio que o cara não ia cantar temas falando mal da religião dele, ninguém pede isso... mas pow, rejeitar o que fazia antes e deixar na mão não só fãs, mas o resto da sua banda que trabalhou com você durante anos não é um pouco de exagero?

Talvez o caso mais conhecido no Brasil de alguém que fez isso seja o do Rodolfo, primeiro vocalista da banda Os Raimundos (na época em que ainda fazia algum sucesso) e é claro, as famosas apresentadoras de programas infantis ou ex-chacretes que encontraram Jesus e agora fazem propaganda da Universal do Reino de Deus.

O resumo da história é o seguinte: Rodolfo era um cara que cantava músicas com letras bastante xulas enquanto estava no Raimundos. De uma hora pra outra *puff*, decidiu que tudo aquilo não passava de uma indecência, brigou com os outros membros e fundou uma banda que só teria letras com o selo de garantia "aprovado by Deus", chamada Rodox.

Tudo parecia bem: enquanto Raimundos gozou de um pouco de popularidade, pra logo haver uma debanda geral de membros e fãs, e ser relegado ao time de bandas "oh meu deus, isso ainda existe?", o Rodox tava por aí tocando pra públicos pequenos e sem muito destaque em geral. Até que uns meses atrás surge a notícia de que o Rodox tava acabando, porque o Rodolfo não conseguiu converter os demais membros, e basicamente disse "se vocês não fazem e pensam que nem eu mando, então acabou a brincadeira".

Ok, tudo bem, tenha sua religião, mas pow, cade a tal mensagem de tolerância e "ame os outros da forma como eles são", que pelo menos pra mim que não entendo muito, são básicas em qualquer tipo de religião? Por mais que eu não entenda, tudo bem, se quer cantar só sobre determinado tema e acha que sua missão é espalhar a mensagem de Deus pros outros, ótimo, espero que seja feliz.

Mas simplesmente rejeitar e desprezar pessoas que trabalharam com você porque você não convenceu elas a seguirem o mesmo caminho, e dar como desculpa o fato de que elas não foram capazes de ouvir a palavra de qualquer entidade que se venere, pra mim além de uma demonstração imensa de babaquice, mostra bem o quanto religião é algo deturpado hoje em dia. "Junte-se a nós e obtenha a salvação, caso contrário queime no inferno": quantas pessoas e instituições não usam uma propaganda parecida com isso, e ainda tem coragem de se auto-denominar iluminados e bons?

Bom, a postagem termina por aqui, sei que fugi bastante do tema música, mas whatever =P. E por favor, se alguém for comentar aqui, que não seja me xingando nem amaldiçoando minha familia a queimar eternamente, eles não tem culpa da minha opinião.

10 de jan. de 2008

2008, so far, so what?

Então, 2008 chegou e bem, nada de muito novo, continua sendo um dia após o outro, e até agora nenhum grande desastre mundial ou a segunda vinda de Jesus aconteceu. E como nada mudou, minha disposição pra postar no blog também continua a mesma, ou seja, muito baixa =P

Então basicamente eu tava pensando que nunca expliquei porque no meio de um monte de blogs e sites bem mais conhecidos, conceituados (e com conteúdo melhor, devo admitir), ainda mantenho um blog sobre um assunto que divide tantas opiniões como música. Ainda mais sem uma "linha editorial" bem definida, uma hora eu to falando de bandas de Heavy Metal e outra to falando da banda indie que é o hype da semana. Bom, não que eu precise me justificar, mas eu gosto de falar sobre os motivos que me levaram a criar e ainda manter vivo o blog.

Decidi falar de música simplesmente porque é uma das poucas coisas no mundo que eu posso dizer que realmente amo e que sinto que faz parte de mim, é algo que eu simplesmente não conseguiria me ver vivendo sem. Ouvir música é algo que eu consigo ouvir a qualquer hora do dia sem me incomodar nenhum pouco, e que sempre dá um jeito de me empolgar.

É dificil explicar o quanto a música é algo importante pra mim.... não é simplesmente o ritmo, as letras, os sentimentos que expressa... é tudo isso sim, mas algo mais, algo quase impossível de explicar, que me fascina em diversos estilos e faz com que eu queria conhecer cada vez mais coisas, indo cada vez mais fundo naquilo que eu gosto. Só o ato de ouvir uma determinado banda ou música em específico me ajudou a superar muitos momentos ruins da minha vida, e não seria exagero dizer que certas bandas foram verdadeiras "amigas" quando eu precisava de ajuda, ouvir que não era só eu que sentia determinadas coisas e que eu não estava sozinho (OMG, isso soou tão nerd-solitário agora =P).

Talvez por isso que eu seja tão sério, exigente (e muitas vezes chato pra cacete, admito) quando se trata de determinadas "bandas" ou "grupos". Sim, é impossível disassociar a música do lado comercial, mas uma coisa que me irrita profundamente são esses coisas pré-fabricadas que surgem de tempos em tempos e se tornam a grande moda passageira, em que todos que não gostam ou criticam são pessoas chatas que não são capazes de "relaxar e se divertir".

Bom, eu não funciono assim, se eu gosto de uma coisa sou sério em relação àquilo e procuro conhecer a fundo. Pra mim tão importante quanto a habilidade do artista, as melodias e letras, é conhecer sua história pessoal e suas influências. Só assim acho que consigo obter respeito pela pessoa e entender realmente o trabalho que faz (e bem, preciso aprender logo algum instrumento, acho que isso me ajudaria a me aproximar ainda mais dos trabalhos que gosto). Enfim, resumidamente é por isso que eu escrevo sobre o que escrevo, porque é algo tão forte que eu não consigo guardar só pra mim, porque eu acredito que o minimo que posso fazer é tentar fazer surgir nos outros o mesmo tesão que tenho por música.