19 de ago. de 2007

Reunião de "clássicos" do rock

Acho impressionante essas bandas que passam anos separadas, seja por brigas entre os ex-integrantes ou por desgaste natural, que de uma hora pra outra conseguem resolver problemas que durante anos foram um impecilho para uma reunião, e se reúnem para um turnê mundial que lucra milhões baseada nos maiores hits da banda (que é claro, acaba se traduzindo em um disco de "inéditas" de qualidade duvidosa).

Parece brincadeira ver quantas bandas atualmente se encaixam nesse caso. E o pior, não são nem bandas que nunca fizeram sucesso e quiseram tentar mais uma vez, mas sim nomes que possuem um certo peso, e cujos integrantes se deram muito bem na carreira solo. O caso mais recente é o The Police, que após anos separados voltou a se apresentar, inclusive tocando em um grande evento como o Live Earth (é claro, só tocando grandes sucessos que já completam mais de 20 anos de existência, como Message In a Bottle e I Can't Stand Losing You).

O Van Halen já anunciou que vai iniciar uma nova turnê com David Lee Roth, vocalista original da banda que há 22 anos não fazia mais parte dela (turnê está que tinha sido anunciada há algum tempo atrás, mas só agora parece realmente sair do campo dos boatos ou do "queremos fazer"). Ah, e o The Verve (aquela banda de Bittersweet Symphony e The Drugs Don't Work), separado em 1999, já anunciou uma reunião, prometendo um álbum de inéditas.

Talvez o caso mais notável seja o do Queen, atualmente Queen + Paul Rodgers. Brian May deveria estar morrendo de vontade de descolar mais alguns milhões pra sua conta quando decidiu chamar o ex-vocalista do Free e do Bad Company para substituir o insubstituível Freddy Mercury. Tudo bem, não é necessariamente algo ruim, mas simplesmente não é Queen. O fato de Rodgers ter basicamente assumindo que mal conhecia a discografia do Queen, se resumindo aos álbuns da linha Greatest Hits não ajuda muito. Ah, e um cd de inéditas também já está no forno.

Talvez a única excessão no meio dessas reuniões seja o Heaven and Hell, que reúne a formação do Black Sabbath responsável pela gravação dos clássicos Heaven and Hell e Mob Rules. Só por evitarem utilizar o nome do Sabbath pra divulgar a turnê essa reunião já se diferencia das demais, e os membros já anunciaram que isso não passa de algo passageiro, com os integrantes se dedicando ao que estavam trabalhando anteriormente, sem querer abusar da boa vontade dos fãs.

O que dá pra tirar de todas essas reuniões? Por um lado é bom poder ver certos grupos que se separaram há tempos se apresentando juntos novamente, pra um fã que só conheceu The Police através da carreira solo do Sting deve ser o máximo poder ver a banda reunida novamente. Mas sempre fica no ar aquilo, de que é só uma reunião oportunista feita por senhores já com seus 40 ou 50 anos de vida (no caso do Heaven and Hell, já passando dos 60), que preferem a tranquilidade e a segurança de se apresentar com um nome consolidado do que se arriscar a produzir algo novo, sem a mesma garantia de sucesso.